Material para a Pesca

 

 

Canas Pesca

Nomenclatura

Portugal: Canas de Pesca
 

 Material

Os materiais utilizados no fabrico de canas de pesca pode variar em muitos aspectos.

  • Fibra de vidro é durável, económica e adapta-se á maioria dos tipos de pesca.
  • Grafite são mais fortes e mais sensiveis mas são mais caras em relação as anteriores.
  • Carbono é levemente mais resistente mas mais caro ainda.
  • Bambu necessita de mais cuidados e não tem a resistência dos materiais falados anteriormente. Este é ainda utilizado nas canas de mosca e de fabrico artesanal.

O comprimento da cana ganha importância relativamente ao local onde vai ser utilizada, assim: Uma cana curta funciona bem em locais com pouco espaço como é o caso dos barcos e uma cana longa será mais apropriada para lançamentos que necessitem maior alcançe.

Acção da ponteira

As canas de acção rápida são caracterizadas por dobrarem só a ponteira, as de acção média dobram do meio para a frente e por fim as de acção lenta dobram ao longo de toda a cana. 

A-Acçao lenta

B-Acção moderada

C-Acção rápida

D-Acção ultra rápida 

Capacidade de arremesso

Nas canas também se pode observar qual a capacidade de arremesso (casting height)ou seja qual o menor e maior peso de chumbada que podemos usar para fazer um lançamento eficiente. Este factor ao não ser respeitado, corremos o risco de partir a cana.

Material da ponteira e passadeiras

O material das passadeiras e ponteiras é extremamente importante pois é através deles que a nossa linha vai trabalhar. Os aspectos importantes a considerar são: Não oferecer fricção, rijas e leves de maneira a não perturbarem o equilibrio da cana.

Canas de  Pesca sem carreto 

Canas telescópicas

Dividem-se numa escala de comprimentos (1,5m a 11 m). Um principiante escolherá em fibra de vidro pela sua resistência dentro de comprimentos pequenos enquanto que um pescador mais exigente prefere carbono por ser mais rígido e mais leve.

O comprimento de fio a utilizar é igual ao comprimento da cana. Utilizar diâmetros de fio entre 8 a 16/100.

Canas “vitesse”

São canas telescópicas curtas (menos de 3 metros) destinadas a pesca de pequenos peixes. O comprimento de fio a utilizar é igual ao comprimento da cana. Utilizar diâmetros de fio entre 8 a 10/100

Canas de encaixe:

Os elementos que as constituem encaixam uma nas outras, sendo o topo do elemento encaixado no final do elemento anterior. Várias vantagens surgem: pesca a várias distancias e a mais importante a de pescar com uma quantidade de fio mais limitada que trará precisão e rapidez no momento de ferragem dos peixes. Muito utilizada para pescadores em competição. O comprimento de fio a utilizar é igual ao comprimento da fundura da zona onde se esta a pescar. Utilizar diâmetros de fio entre 6 a 16/100.

Canas de pesca com carreto

Cana inglesa 

Permitem lançar bóias a inglesa (wagglers) para longe graças ao grande número de passadores que deixarão o fio correr livremente pela cana (12 a 17/100) mesmo em tempo de chuva.

Cana bolonhesa

Canas longas de passadores (4-10 m) permitem controlar melhor a acção da bóia longe, sobretudo em rios e ribeiras. É uma técnica bastante antiga recuperada pelos italianos. Utilizar fios (não de correr como na inglesa) de 10 a 20/100.

Cana de fundo/ feeder

Cana de fundo, como o nome indica, é utilizada na pesca ao fundo sem bóia onde a ponteira da cana indica o toque. Utilizar canas de fundo com uma acção inferior para pesca leve (em lagos por exemplo, utilizar pequenos pesos: 5 a 10g). Para pesca a mais distancia da margem utiliza-se canas de maior acção (com molas cheias de engodo ou isco).  Os fios utilizados neste tipo de pesca variam de 16 a 30/100 e para os especialistas desta técnica fios entrançados. 

Características de uma cana de pesca

Resistência indica a resistência da linha a ser utilizada com a cana, são mencionadas em libras (1lb = 450 g)
Arremesso (casting) indica o peso da isca, ou isca mais chumbada, que a vara pode arremessar, normalmente expresso em onças (1 Oz = 28 gr)
Comprimento indicado em pés (1ft = 30,48 cm)

Classificação em função do arremesso

ULTRA-LEVE (UL) linhas até 0.20 mm (6 lb) e iscas até 5 g (28 g = 1 oz)
LEVE (L) linhas até 0.28 mm (12 lb) e iscas até 12 g ( 28/42 g = 1/1,5 oz)
MÉDIA (M) linhas até 0.30 mm (14 lb) e iscas até 17g (56/84 g = 2/3 oz)
MÉDIA -PESADA (MP) linhas até 0.33 mm (16 lb) e iscas até 21 g ( 84/112 g = 3/4 oz)
PESADA (P) linhas até 0.43 mm (30 lb) e iscas até 42 g ( 112/168 g 4/6 oz)
EXTRA-PESADA (EP) linhas até 0.52 mm (40 lb) e iscas até 90 g (112/224 g 4/8 oz)

Aplicação em função do método

As canas de maneira geral diferem entre si quanto ao tipo de pesca:

  • Surf cast: cana para pesca de praia, seu comprimento pode superar os 4,50m, tendo como referência principal sua capacidade de arremesso(lançamento) ou casting weight;
  • Spinning- canas específicas para utilização com carretos bobina fixa (molinetes) normalmente de pequeno porte (aproximadamente 2,10m-7 pés), largamente usadas na pesca embarcada;
  • Baitcast- cana construída para ser usada com carretos de bobina móvel (carretilhas) e aplicada para pesca de lançamento com amostras (iscas artificiais);
  • Trolling Equipamento desenvolvido para pesca de corrico. São varas curtas com grande resistência, dependendo da categoria de pesca possui roldanas em vez de passadores;
  • Fly- Canas utilizadas para o arremesso de linha que é específica na pesca à mosca, as amostras (iscas, moscas, plumas) desta modalidade não possuem peso, a linha é que transporta a isca até o local desejado.

Cuidados e manutenção

  • Após a pescaria, lave com água e sabão neutro e deixe-a secar à sombra para não manchar a pintura. Nunca use produtos corrosivos ou com ácidos para limpeza.
  • Se após a limpeza o cabo estiver ressequido dificultando a utilização, utilize vaselina líquida até que fique macio.
  • Os passadores e a ponteira devem ser lavados com uma pequena escova, água e sabão, para que a composição do fio e resina usados na fixação não sejam alterados.
  • Se os passadores e a ponteira estiverem com início de oxidação(ferrugem), provocada pela maresia ou por longos períodos de inactividade, utilize uma esponja de aço fina.
  • Se a pintura estiver fosca, use liquido de polir para realçar o brilho.
  • Se o corpo tem a pintura original riscada ou gasta, utilize lixa de água para remoção da tinta; em seguida, pinte com tinta spray normalmente utilizada para pintura automóvel, protegendo os passadores e a ponteira com fita de protecção.
  • Quando o cabo de cortiça estiver liso e ou escorregadio, use esponja de limpeza doméstica com água e sabão ou lixa de água.
  • Armazene quando não utilizada suportes que a mantenham na posição vertical, para que o corpo não entorte.
  • Quando viajar para longas distâncias utilize tubo para transporte.
  • Quando transportar as canas em tubos, amarre os diversos elementos, evite que a oscilação do tubo oscile a cana.

 

Carretos

O carreto de pesca é uma peça fundamental para a maior parte das técnicas de pesca.

O objectivo da sua utilização é a recolha da linha de pesca com o isco e ou o peixe. A sua designação em Português Europeu Carreto engloba ambos os tipos com ou sem bobina móvel. Em Português do Brasil, o termo carreto não se utiliza sendo utilizada a designação de Molinete para carretos de bobina móvel e Carretilha para carretos de bobina fixa.

 

 

Carreto bobine móvel carreto bobine fixa
carretilha molinete

Lançamentos e recuperação

O lançamento e a recuperação da linha, do isco e ou do peixe, condiciona a utilização de determinado tipo em detrimento de outro modelo. Os diferentes tipos de carretos têm em comum a haste de fixação à cana de pesca. São constituídos pelo corpo, asa do cesto (pick-up), bobina da linha, manivela, selector/travão/freio e a haste de fixação à cana . A dimensão da captura, o tipo de peixe (não será com o mesmo carreto que se pesca um merlin e uma carpa), a cana utilizada, metros de linha que permitem armazenar, velocidade de recuperação definem que tipo de carreto se pode utilizar ou não. Existem alguns que se adaptam na perfeição para pescar com diferentes canas e com diversas técnicas.

Tipos de carretos

 

Tipo Descrição Imagem
Bobina Fixa

 
A bobina de fio não gira, a linha é enrolada através de um braço de enrolamento (pick-up) é dos carretos mais utilizados podendo ser utilizado com eficácia com uma grande variedade de técnicas e canas. carreto de pesca
Bobina Fixa Fechada

carreto Fechado

Spincast
É um carreto de bobina fixa com a parte dianteira fechada. A linha é enrolada através de uma lingueta de enrolamento. É especialmente eficaz na pesca à bóia com linhas leves, tem um controlo de linha elevado o que permite um bom manuseamento com vento. O mesmo tipo de carreto é utilizado para o SPINCAST embora com linha mais grossa. carreto de pesca bobina fechada, spincast
Bobina Móvel

 
É um carreto de bobina móvel livre, tem sistema de embraiagem e um travão /freio mecânico ou magnético. É utilizado em várias técnicas, desde o surfcasting, pesca embarcada grossa, baitcasting. carreto de pesca móvel, carretilha
Carreto Pesca Mosca

 
Tem um sistema de travão /freio mecânico ou magnético. Este tipo de equipamento pode ser directo ou desmultiplicado, no directo (acção única) cada volta da manivela a bobina dá uma volta, no desmultiplicado (bobina móvel) a bobina pode dar várias voltas por cada volta do manipulo. carreto para pesca mosca, flyfishing, carretilha